O TAMANHO DOS PEIXES

E AGORA ?

Confira com o Estadão

Agora, após a conclusão dos pesquisadores do Centro de Pesquisa de Ciências Marinhas da Universidade Estadual de Nova York (USA) começam a clarear os pensamentos.

O parecer deles, direciona para estabelecer um tamanho máximo das espécies a serem abatidas - ou o que ?

Estudaram várias espécimes chegando a conclusão de que o abate dos exemplares mais desenvolvidos, MAIORES, acaba gerando uma diminuição de tamanho nas gerações futuras, provocando um nanismo.

Os pesquisadores afirmam que "...quando só os peixes maiores são pescados, ficam na população remanescente os indivíduos menores, os que têm ritmo de crescimento mais lento. Através de seus gens, que codificam menor crescimento, geram descendentes também pequenos.

A consequencia sobre os peixes "grandes" é que êles escasseiam e ficam cada vez mais raros, pois são pescados. Resultando na redução da população da espécie " e "...em contrapartida se forem abatidos os menores espécimes, o resultado será inverso, ficando a população com indivíduos mais desenvolvidos."

O que pensar ? - Qual sua opinião ? - Deve-se estabelecer , além das medidas mínimas já existentes (IBAMA) para a captura das espécies, uma medida MÁXIMA ? - Será que o peixe grande da espécie deve ser protegido como o puro-sangue reprodutor, para passar sua fôrça às gerações futuras ? - Assim como um animal campeão, que é preservado como reprodutor ? - Ou , para o Pescador Amador/Desportivo. Pensamos que deve-se liberar tudo para a PESCA DESPORTIVA DE COMPETIÇÃO que não tem nada de predatória e deixar a natureza seguir e ajustar seu curso.

Para nós a Pesca Profissional é a principal responsável pela diminuição dos estoques pesqueiros - e o amador o BODE EXPIATÓRIO de conveniência - Em áreas piscosas , um lance de rêde de uma traineira , ou arrastão de praia , mata mais espécimens marinhos do que todas as nossas competições anuais e " Lances de traineiras" ocorrem aos milhares todos os dias. - Os espinhéis , as bombas , as tarrafas e redes de trolha , tudo isso no afã do lucro fácil.

O Pescador amador e o Desportivo só investem , sustentam a comunidade ligada ao turismo e trazem divisas para nosso País e de predadores não tem nada.

Certamente, o maior dano causado ao eco-sistema vem das pessoas despreparadas, que na busca de auto-promoção e modismo deslumbrado , em vêz de estudos sérios , baseiam-se na famosa teoria da "achalogia" e prejudicam os verdadeiros pesquisadores por ocuparem um "simpático" espaço na mídia ao qual não tem direito e com êle conduzirem a massa popular leiga a um erro de interpretação em prejuizo daqueles que são os verdadeiros defensores do meio-ambiente - Os conscientes Pescadores Desportivos dos Clubes de Pesca integrantes do Sistema Desportivo Nacional que no Brasil é centralizado na CBPDS.

Nós optamos pela teoria da PIRAMIDE EVOLUTIVA , onde as capturas da Pesca Amadora/Desportiva , deve ser diluida por todas as fases de desenvolvimento dos espécimens , fazendo parte assim de uma cadeia de desgaste normal e controlado.

É lamentavel que algumas autoridades públicas fiquem dando ouvidos a comerciantes de pesca e da pesca em vêz de trabalharem em real parceria com quem realmente trabalha em prol das riquezas naturaisa de nosso País e que certamente não são os despreparados eco-chiitas.

 

A CONSERVAÇÃO DAS POPULAÇÕES DE PEIXE
E A PESCA DE LINHA DESPORTIVA

Nos últimos anos, com o crescimento da população humana em todo o mundo, aliado ao declínio das novas áreas cultiváveis decorrente em parte do próprio crescimento humano, tem havido um crescente interesse nas possibilidades do mar como fonte de alimento. No Brasil, esta preocupação tornou-se evidente com a definição do tema do Prêmio Jovem Cientista, patrocinado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). No ano de 1998, foram premiados os cientistas que apresentaram os melhores projetos para o desenvolvimento do mar como fonte de alimento.

Este interesse levou ao desenvolvimento das áreas de aquacultura marinha e de água doce, bem como ao aprimoramento dos métodos de captura de organismos aquáticos, ou seja, ao desenvolvimento de artefatos de pesca cada vez mais avançados e eficazes, tais como barcos de pesca mais rápidos e equipados, ecosondas para detecção de cardumes, novas redes e iscas artificiais de todos os tipos. No entanto, em função destes avanços e da questão da preservação do meio ambiente e recursos naturais, começaram os estudos sobre os efeitos da pesca sobre as populações naturais de peixes.

Um fator fundamental para a compreensão dos efeitos da pesca é o assim chamado esforço de pesca, que pode ser definido como a quantidade de embarcações ou pessoas envolvidas na exploração de um determinado estoque de peixes. Por exemplo, quanto maior o número de pescadores em uma determinada área, a tendência será à captura de uma quantidade maior de peixes. No entanto, isto só é verdadeiro quando a população de peixes ainda não foi explorada até a sua capacidade máxima de suporte, ou seja, quando indivíduos podem ser retirados daquela população sem que a taxa de reposição (ou seja, para cada indivíduo retirado, um novo indivíduo é reposto, através da reprodução, por exemplo).

Neste contexto, é importante situar a pesca de linha desportiva dentro de um contexto mais amplo, em comparação com a pesca em geral e com a pesca de linha profissional. A pesca profissional é por definição uma atividade econômica, ou seja, é supostamente a atividade principal de seus praticantes, que dependem dela para subsistir economicamente. Por este motivo, o esforço de pesca exercido pela pesca profissional é maior e mais constante, levando às vezes ao que chamamos de sobrepesca. A sobrepesca ocorre quando é exercido um esforço de pesca tão intenso, que a população de peixes sofre uma redução na densidade (número de peixes por unidade de área, por exemplo) e na biomassa (peso dos espécimes, por exemplo). Neste momento, a pesca deveria cessar, para que ocorra a recuperação da população. No entanto, por ser a pesca profissional uma atividade econômica, o que ocorre é um aumento do esforço de pesca para obtenção da mesma quantidade de peixe, levando em muitos casos ao esgotamento da população. Exemplos como este são numerosos e bem documentados na literatura científica.

A pesca desportiva é por sua vez uma atividade eventual, não sendo obviamente a atividade profissional de seus praticantes, o que por si só, já faz com que o esforço de pesca não seja constante. Da mesma forma, por não ser constante, é menos eficaz, e obrigatoriamente deve respeitar as espécies de animais marinhos protegidas e as épocas dos defesos, impostas pela legislação emanada do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis), com base na ecologia de populações de peixes e no gerenciamento pesqueiro. No entanto, certas práticas vêem sendo adotadas na pesca de linha desportiva, e é importante frisar que nem sempre são embasadas em estudos sérios.

Uma destas práticas é a pesca utilizando o sistema denominado "catch and release" (captura e posterior libertação do peixe), geralmente empregando iscas artificiais, atualmente abundantes no mercado e cada vez mais sofisticadas. É alardeado que este sistema seria o mais "ecologicamente correto", pois o peixe é devolvido ao seu ambiente. No entanto, não existem estudos sérios e confiáveis que comprovem que o peixe, uma vez capturado, sobrevive quando devolvido. Na verdade, alguns fatores opõem-se a esta suposição: o primeiro é a lesão causada pelo artefato de pesca, ou seja, o anzol ou garatéia (mais comum nas iscas artificiais). Esta lesão interna muitas vezes não se restringe à boca, como é de conhecimento de todos os pescadores de linha; o anzol freqüentemente é engolido e vai parar no estômago, e é necessário muitas vezes puxá-lo com força para retirá-lo do peixe, o que lesiona seriamente o trato gastrointestinal do peixe, fazendo com que seja pouco provável que ele sobreviva por muito tempo depois de devolvido. Este problema é especialmente grave na pesca de arremesso e embarcada de fundo, onde o peixe, por abocanhar iscas que se encontram em situação estática no fundo e não em movimento como é o caso das iscas artificiais, tem uma tendência maior para já ter engolido totalmente a isca no momento da ferrada, o que caracteriza o chamado "embuchamento", ou seja, é provocada uma lesão mortal. Além disso, existe o próprio estresse da captura, a famosa "luta", que é uma das sensações da pesca de linha, com o arrasto por distâncias maiores do que aquelas habitualmente existentes na pesca com iscas artificiais. E por fim existem os efeitos da brusca descompressão durante a pesca. Uma vez fisgado, o peixe é trazido rapidamente da sua profundidade normal para a superfície. Ora, mesmo quando o peixe é pescado a 10 metros, o que é bastante raso, ocorre uma redução de 50% da pressão (de duas atmosferas para uma), fazendo com que a bexiga natatória do peixe, preenchida com gases, sofra uma duplicação de volume, provocando o rompimento dos tecidos do peixe, onde a bexiga natatória chega a projetar-se para fora da boca. Este aumento de volume comprime os outros órgãos internos e faz com que o peixe às vezes morra quando chega à superfície. Este fenômeno pode ser facilmente encontrado nos peixes expostos nas feiras livres e peixarias.

Por outro lado, o esforço de pesca é maior quando usado o sistema "catch and release", pois não é gasto tempo com o acondicionamento do pescado, que é devolvido rapidamente. Desta forma, um número maior de peixes é ferido ou morto em um espaço de tempo mais curto, e devolvido à água. Mais ainda, é preciso lembrar que os estudos de ecologia da pesca baseiam-se principalmente nas estatísticas de captura, onde é registrada a quantidade de peixes coletados e onde pode ser efetuado o controle da pesca (por exemplo, tamanho mínimo, época de reprodução e espécies protegidas). Desta forma, a devolução dos peixes à água pode servir como um meio de burlar a fiscalização, a pesquisa e o controle, que, se já são difíceis de realizar em condições normais, tornam-se totalmente impossíveis sem a presença física do espécime.

É também interessante salientar o conhecido destino que é dado aos espécimes capturados nas competições oficiais de pesca, que são exclusivamente aquelas organizadas sob o controle da CBPDS; ou seja, a doação por determinação de lei esportiva da Confederação, para a comunidade carente local. Se pensarmos que o IBAMA, por força de legislação federal vigente, destina o pescado ilegalmente capturado (abaixo do tamanho mínimo permitido, com equipamentos proibidos, etc.) para a mesma comunidade, podemos dizer que a pesca desportiva oficial é ainda mais severa do que o próprio IBAMA em seus procedimentos ecologico-conservacionistas. Dentro do contexto atual, em que o mundo se vira para o desenvolvimento sustentável do mar como fonte de alimento, estamos de pleno acordo com a conhecida frase do presidente da CBPDS: "é preferível mitigar a fome de um pobre do que soltar um peixe morto".

É necessário também avaliar os custos e benefícios de cada prática, e lembrar que direta e indiretamente, nós dependemos da conservação da natureza, tanto para a perpetuação da própria pesca, quanto para a perpetuação da nossa própria espécie. São obviamente necessárias mais pesquisas, imparciais e sérias, para avaliar os verdadeiros efeitos da pesca, uma prática extrativista tão antiga quanto a humanidade e, isto sem radicalismos direcionados para a crucificação da pesca desportiva tradicional, cujo extrativismo é o mais insignificante de todos os praticados e, contudo, cujo custo/benefício é extremamente promissor pela ampla fonte de recursos que gera, a um custo biológico mínimo.

Bernardo A. P. da Gama
Professor de Biologia - Faculdades Maria Thereza
Membro da Comissão Científica da CBPDS

 

Misticismo começa a ser desmascarado, o feitiço começa a atingir o feiticeiro

PRÁTICA 'PESQUE E SOLTE'
ESTÁ SUSPENSA NOS RIOS DE MS

(*) A portaria que suspende a prática do 'pesque e solte' nos rios federais que cortam o Mato Grosso do Sul visa proteger a reprodução natural dos peixes. De acordo com a portaria, será mantida a autorização para a pesca artesanal de subsistência no período de defeso, devido à piracema.

* Conclusão tomada pela Comunidade Cientifica que assiste o Governo de MS foi de que a Pesca Amadora tipo "Pesque Solte" é nociva ao meio ambiente, por isso não pode ser liberada na época da Piracema dando origem à proibição supra mencionada.

Quantidades incontroláveis de peixes morrem por efeito de lesão, descompressão e stress , além de interferir negativamente na fase reprodutiva de todos os sobreviventes .

Por isso a CBPDS , na dúvida da sobrevivencia e da possibilidade de danos no ciclo reprodutivo é adepta dessa corrente de pensamento cientifico, desde a década de 1980 vem recomendando que os Pescadores Amadores doem seus peixes para instituições de pessoas carentes , isso é proporcionar subsistência aos necessitados de forma racional.

Pesque e solte é discutido por pesquisadores

Diversão para alguns e fonte de renda para outros, os pesque-e-solte são também considerados cruéis para os peixes. Pelo menos é essa a opinião de Gilson Luiz Volpato, professor e pesquisador do Instituto de Biociências de Botucatu, da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Ele faz uma análise crítica sobre as premissas favoráveis ao pesque-e-solte e propõe uma alternativa para adequar a prática aos argumentos éticos, morais e científicos atuais: o "pesque-e-doe". Ao invés de libertar os peixes capturados, eles seriam doados.

Um dos objetivos de Volpato ao publicar sua análise, foi chamar a atenção das pessoas para a necessidade do pesque-e-solte ser avaliado criticamente uma vez que a atividade vem se expandindo rapidamente no Brasil.

Pesque-e-solte é um esporte praticado pelos amantes da pescaria que capturam o peixe, experimentam a excitação de lutar contra ele e depois o devolvem na água ao invés de matá-lo. Essa atividade pode ser praticada na natureza ou em propriedades particulares que se chamam pesqueiros, onde os esportistas pagam um ingresso para ter o direito de capturar os peixes dos viveiros e depois soltá-los.

Para Volpato, quem pratica o "pesque-e-solte" acredita estar praticando um esporte que, além de divertido, não é agressivo. Supondo-se que o peixe não sinta dor, os esportistas pensam que estão preservando o ambiente e as espécies de peixes em extinção. Porém, para o pesquisador, os motivos favoráveis à prática do pesque-e-solte não são suficientes para justificá-lo.

Peixe sente dor?

Volpato acredita que os peixes sentem dor, apesar de não existirem estudos científicos que comprovem este fato. Quem já ouviu um peixe gritar de dor? Como os peixes não expressam dor de forma que os homens a identifiquem, é difícil saber se eles estão sofrendo ou não. Mesmo em situações nas quais os peixes são submetidos a vários tipos de crueldade, eles podem não dar a impressão de que estão sofrendo.

Mas o pesquisador afirma que a dor é necessária para a sobrevivência dos animais. Durante a evolução, foram desenvolvidos mecanismos que distinguem as sensações desagradáveis das agradáveis, por isso é que os animais se mantêm alertas e fogem em situações perigosas preservando a própria vida. Segundo Volpato, o sentimento de dor está relacionado ao processo de seleção natural das espécies.

Ele diz que os estudos científicos sobre o sentimento de dor em peixes são escassos, e os que existem são baseados em estudos para humanos, o que também pode ser muito questionável. Não há estudos que comprovem se as estruturas cerebrais responsáveis pelas emoções, presentes nos homens, têm a mesma função nos peixes. "O desenvolvimento de estudos científicos que comprovem que os peixes sentem dor são importantes, mas não são suficientes, pois os resultados devem ser acrescidos de condutas de cidadania e políticas para que tenham alguma repercussão na sociedade", diz o pesquisador.

Para José Eurico P. Cyrino, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), existem muitas formas de se tentar reduzir o sofrimento desses animais durante a atividade esportiva, mas nem todos praticantes manejam os peixes com o cuidado recomendado pelos especialistas em pesca esportiva. "O pescador deve manejar o peixe corretamente, pois além do peixe estar muito estressado no momento da captura, ele pode perder escamas, o muco que recobre sua pele, ou sofrer batidas pelo corpo. Isso favorece a entrada de bactérias e parasitas que podem levá-lo à morte, causando prejuízo aos donos do pesque-e-solte", afirma Cyrino.

Um dos raros estudos científicos brasileiros sobre o que acontece com os peixe submetidos ao pesque-e-solte em ambientes confinados foi realizado pela zootecnista Daniela Takahashi Nomura, no Centro de Aquicultura da Unesp, sob orientação do pesquisador Flávio Ruas de Moraes. O estudo mostrou que, provavelmente devido ao estresse que o esporte causa nos animais, a capacidade natural dos peixes de se protegerem contra infestações de parasitas acaba sendo prejudicada.

Para realizar seu estudo, Nomura utilizou tambacus mantidos em viveiros durante três meses. Para simular um pesque-e-solte, os peixes eram pescados com equipamentos freqüentemente utilizados pelos esportistas e depois eram libertados novamente no viveiro. Ela observou os tambacus após os dias de pesca e comparou os resultados com tambacus que não haviam sido submetidos ao pesque-e-solte. Nomura concluiu que os que eram capturados e libertados apresentavam maior infestação de parasitas".

Na opinião de Cyrino, quando os esportistas realizam o pesque-e-solte em viveiros os peixes são submetidos a um estresse maior ainda do que os peixes capturados na natureza. "Isso acontece porque os viveiros são espaços reduzidos, onde um mesmo peixe pode ser capturado mais de uma vez. Isso não acontece com tanta facilidade na natureza", explica. O estudo de Nomura mostrou que isso realmente pode acontecer.

Apesar de não existirem estudos científicos comprovando que os peixes sentem dor, Volpato afirma que também não existe argumentação científica eficiente que demonstre o contrário. Com base em estudos, ele argumenta que os peixes podem sofrer danos físicos, químicos ou mesmo "emocionais" quando reagem à situações de estresse. Ele considera que os dados disponíveis são suficientes para concluir que os peixes de pesque-e-solte são submetidos a um sofrimento intenso, o que torna a atividade injustificável. Na opinião dele as adoção de práticas menos estressantes para os peixes é uma forma dos esportistas e dos donos de pesque e solte se justificarem e continuarem exercendo a atividade. Ele diz que, ainda assim, os animais continuam sendo submetidos a situações que causam danos e são desnecessárias.

Por outro lado, Cyrino conta que os pesque-e-solte são muito importantes para o desenvolvimento da aquicultura do estado de São Paulo, além de serem uma atividade de lazer. "Muitas pessoas que freqüentavam os pesque-e-pague tinham que pagar pelo peixe que pescavam, quando na verdade elas só queriam mesmo era pescar sem ter que levar o peixe para casa. Os pesque-e-solte permitem que as pessoas pesquem sem ter que pagar pelo peixe que capturaram", afirma o professor da Esalq. Cyrino conta que tanto os pesque-e-solte, como os peque-e-pague, incentivam e movimentam a indústria da piscicultura, e que no estado de São Paulo, por exemplo, o maior consumidor de peixes de piscicultura hoje são esses estabelecimentos.

Volpato não é favorável à pesca para diversão, e diz que os lucros não justificam a atividade. Porém, tudo muda se o peixe depois de capturado virar um bom prato de comida, por isso ele sugere o "pesque-e-doe". "Essa é uma forma do indivíduo que deseja apenas pescar, mas não se alimentar do peixe, exercer essa atividade lúdica, e ao mesmo tempo alimentar pessoas carentes da região" diz o pesquisador. Mas ele salienta que deve-se tomar o cuidado para que os peixes não sejam submetidos a atos de crueldade mesmo se forem abatidos após a captura.

O pesquisador diz que todos levariam vantagem com sua idéia, mas admite ser difícil viabilizar sua proposta na prática. "Acho que a proposta do "pesque-e-doe" visa mais a inibição da atividade do que sonhar que possa, de fato, tornar-se realidade", afirma Volpato.